quarta-feira, 25 de março de 2009

Inspiração


Já se ouviu de muito artista notório que acontecem intuições repentinas, as chamadas inspirações; como se a ideia da obra de arte, do poema ou da música, caísse do céu como um raio de graça. Na verdade, a fantasia do bom artista ou pensador produz continuamente, sejam coisas boas, medíocres ou ruins, mas o seu julgamento altamente aguçado e exercitado, rejeita, seleciona, combina.
Grandes gênios das artes são incansáveis trabalhadores, não apenas no inventar, mas também no rejeitar, eleger, remodelar e reordenar, o que não constitui incompetência e sim cuidado.
Quando a energia produtiva foi represada durante certo tempo e impedida de fluir por algum obstáculo, ocorre enfim uma súbita efusão, como se houvesse uma inspiração imediata sem trabalho interior precedente, ou seja, um milagre. O capital apenas se acumulou, não caiu do céu.
Aliás, há uma inspiração aparente desse tipo também em outros domínios, como por exemplo, no da bondade, da virtude e do vício; este último merecedor de incansável vigilância.

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