Um dos principais meios de aliviar a vida é idealizar todos os seus eventos; mas é preciso obtermos da pintura uma noção clara do que é idealizar. O pintor solicita que o expectador não olhe de maneira demasiado aguda e precisa, ele obriga a recuar uma certa distância para olhar; ele tem de pressupor um afastamento bem determinado do observador em relação ao quadro; deve até mesmo presumir, em seu espectador, um grau igualmente determinado de agudeza do olhar; em tais coisas ele não pode absolutamente hesitar.
Portanto quem quiser idealizar sua vida não deve querer vê-la com demasiada precisão, deve-se sempre remeter o olhar para uma certa distância.
Há o enorme risco de se perder o contexto quando se olha muito de perto, os detalhes tomam proporções que as vezes não queremos realmente enxergar.
Lindo,
ResponderExcluirAssim como a pintura é atribuida à um artista, sua escrita só pode ser arte. É preciso sensibilidade para enxergar a vida e competência para transformar tudo em palavras cativantes.
Parabéns!
Beijo.
Oi Samuca...
ResponderExcluirEste quadro que ilustra o texto é uma pintura da sua tia Dalva Duarte, né?
Família de artistas, hein? pintora, escritor...
Tá bem na fita...
Parabéns, meu brother!
Samuca.
ResponderExcluirNos anos 90 eu fiz um curso de fotogafia. À época existiam os filmes com sensibilidade variável medidos em ISO (ASA para alguns), onde quanto maior o ISO (100,200,400....)proporcionavam efeitos, que no objetivo do fotógrafo eram alcançados dependento do tempo de exposição do obturador.
Nessa época eu aprendi que, quanto maior a ampliação da fotografia maior seria o efeito "granulado" da imagem.
Seu texto demonstra com maestria, que como
-fotógrafo- das palavras você consegue trazer à lume coisas, que de tão obvias não são percebidas por nós, e somente alguém que consiga avaliar o simples e o quotidiano tem a capacidade de criticar.
Como sempre, acabo caido no lugar comum ótimo texto.